Ponta Negra, Natal.

mal pude esperar para vir até aqui. a canseira da viagem foi tanta que das 5 às 8 despenquei em um sono profundo embalada pelo barulho do mar. o lugar aqui é lindo como pude esperar. praias claras e limpas e muito, muito sol. mas já posso ver a noite chegar e me aproximar de todo sentimento que me traz você. como dizem as mães, o duro é desfrutar de tudo isso sem ter nosso verdadeiro amor por perto, no caso delas os filhos, no meu você. enfim, enquanto o sol me entorpecerá pelo seu calor de dia. consigo me enganar por tua ausencia, porém a noite já chegou aqui...

As vezes nem reparo,
deixo por conta da chuva regar,
o sol cumpre o papel de alimentá-las
e tempo quase não me sobra pra cuidar,
porém, de tempos em tempos ela vem me alegrar,
se enche de força e formosura. Bem sabe que a atento,
mesmo não passando horas a lhe observar, isso sim é amar.

podemos então,
inventar uma nova canção...

me lo ha dicho el viento.

E ela sabia que seu tempo não era o tempo do mundo.

Por isso por horas girava de olhos fechados dentro de seu quarto querendo sentir a sensação

entorpecedora de descontrole de seu corpo. Inventava histórias e jurava elas serem reais.

Depois de desperta pela manhã, corria abrir sua janela a fim de que o sol penetrasse em seus estímulos, ossos e derme. Vestia suas roupas como se a muito não se importassem para aparência. Ela sorria sem saber das dores do mundo, e fazia bem a todos que se metessem a cruzar seu caminho. Por horas espiava pela fresta pessoas desconhecidas,e acabava por saber muito da vida de estranhos. Ela era conectada às pessoas e desconectada do mundo. Ela era conectada a ela, e aos seus presentes. Ela era conectada a quem nunca amou. Ela acreditava e por acreditar esperava, e por esperar, recebia. E ela era feliz.

Um pouco mais sobre Alice.

Nossos laços não se quebram,
e em um abraço se reconstrói o mundo.

Dê bom dia às margaridas do canteiro, do jardim, do caminho.

Veja como elas são tão simples, ê margaridas.

Na verdade ele poderia fazer todas as coisas que quisesse
Mas talvez elas não fossem o que esperavam dele
E se não esperassem quem sabe faria tudo melhor

pense em uma coisa bem boa

que num instante você voa!

hoje pra falar de mim, não basta falar de um só.

E o tanto o parque sorriu pela tua presença.

meu tempo éra bom
mas agora, posso amar.

Corre! Corre! ela dizia, se atirando na chuva. pisava nas poças e enxarcava a barra da calça. os pingos refrescavam o rosto. e tomava velocidade e vento. e ria. e andando vinha, quem não queria correr.

No chamuscado das coisas
Na calmaria do vento
Na alegria das cores
Na doçura do contetamento
Na maciez da manhã
No veludo, seda da flor
Eu gosto de ter por perto
Tudo que me traz de volta a mim.

Se alguém encontrar ele por aí,

diga para devolver o pedaço de mim.

por ande andou o meu pensamento
entre o coração e o sorriso
entre o céu e a estrela
agora eu me sinto feliz

Na janela quem canta sou eu.
Vi o sol nascer, e a chuva a pouco a cair
A terra e o pó se assentaram,
o arco-íris fez partida daqui
Veio o vento e lambeu meus cabelos
e minhas mãos seguraram o ar
quando abri era uma linda borboleta
ela se assentou na flor da floreira
e ficou se exibindo para o sol,
eu sorri pra ela, pisquei, e fui passear lá fora.


Ela ama você.
Não a borboleta, eu.

tornando-se comum aos olhos,
o encanto já não encantava.

programe um grito forte, bem forte.
travaque-o na garganta, faça força e
griiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiteee bem alto.
abaixe a cabeça, respire fundo várias vezes, levante os olhos
dê um sorriso, e comece a caminhar saltitando,
pare. olhe pra frente. levante o pé e tire a pedrinha.
olhe bem pra ela, gire-a no seu dedo. atire-a.
dê duas pisadas no mesmo lugar com o pé abaixado.
e comece de novo a caminhar saltitando.
sorria sempre.